segunda-feira, novembro 17, 2008

O silêncio...

Hoje flutuo por entre as palavras,
...não me pertencem,
Fogem de mim, vejo-as cruzar os céus,
Rumo à celebração da Noite...

sexta-feira, setembro 12, 2008

...

Talvez um dia consigamos dar as mãos só por um instante que seja...

sentir o toque da pele um do outro e por baixo dela o pulsar de todos os nossos sentidos,
o sangue a transportar aquela paixão que nunca existiu,
os sonhos que nunca foram criados,
as histórias que foram deixadas a meio

e o sorriso rasgado que um dia te mostrei num pranto interior...

Talvez nesse dia, tu me perguntes “O que estás a dizer?”
E talvez nesse dia, eu já tenha esgotado todas as minhas forças e não te responda.
Talvez nesse dia, o meu silêncio te incomode.

Enquanto esse dia não chega não sei o que sinto...

Só sei apenas que te odeio de cada vez que me dizes adeus!

domingo, julho 13, 2008

No limiar da loucura...



… no limiar da loucura,
Abomino os teus pensamentos,
Fundo-me com os teus sentidos.
Sinto-te por baixo da minha pele.
Pertences-me mesmo sem o saberes.
Nunca o saberás!
Para mim trespassas as tuas dores.
Há uma parte de mim que perece…
Tu cresces!
Odeio-te…
Odeio-me…
Enlouqueço!

Respiro choros desconsolados e incontroláveis,
(serão meus?!)
Que me chegam ao cérebro e me inundam os neurónios,
Afogam-nos, fazem-nos ficar inconscientes.
Sinto a ondulação na minha cabeça.
Os pensamentos bóiam, vão e vêm e não chegam a lado nenhum.
As palavras fogem-me pelos ouvidos,
As recordações dissipam-se em vapores e chegam ao céu!
Todos os meus poros transpiram palpitações.
O coração escapa-se-me pela boca,
É grande demais para ficar no meu minúsculo peito.
As minhas palavras colidem contigo,
Interceptam-te o voo,
Desequilibras-te e cais!
A culpa é minha!
O meu coração rasa-te a cabeça…
Não o vês mas sentes a tristeza que passa por ti…
Sinto-me vazia.

No limiar da loucura…
Vagueio pela casa a horas mortas!
Sou um fantasma que se arrasta pelo mundo,
Que apenas sobrevive,
O tempo gasto em inutilidades…

Amo estes pedaços de papel que reflectem recordações.
Amo os sonhos que ainda pairam no ar, repercutidos pela cegueira de não saber viver…
A ilusão do tudo que esmorece no nada…
Desejo, de novo, o sentido das coisas,
Desejo o saber viver!
Desejo o saber amar!
Reprovo a impulsividade, a insensibilidade, o egoísmo, o orgulho, a inteligência e amo-as à minha estranha maneira!
Detesto-as!
Reprovo o altruísmo, a protecção, a equidade, e sinceridade… o excesso.
E sempre e mais uma vez o excesso!
Pedaços de nós que se escapam de um abraço apertado.
Pairam sobre a nossa cabeça e não reconhecemos aquilo que nos pertence…

Duas personagens sem nome, distantes, que se tocam mas não se sentem.
Figuram na história. Vivem no limiar da loucura…
Explodem por dentro!
Sorrisos que instigam novos sorrisos,
Brasas ateadas ao invés da alma,
Queimaduras que nunca cicatrizam.
Olhos que transparecem alegria.

As pessoas especulam e não entendem
Nunca entendem nada… as pessoas!
Alheadas no seu próprio mundo
Vêem apenas o que querem ver.
Ouvem murmúrios a sua volta e todos eles significam o mesmo
E eles? Eles vão enlouquecendo…

Um pássaro voa no céu…
Eles seguem-no sem sequer repararem um no outro.
Ambos repousam na sombra, lado a lado, sem sentir a presença alheia.
Voam,
Cansam-se,
Repousam,
Acham-se sozinhos,
Cruzam-se…

Nas margens do tempo… fingem não se querer mas pertencem um ao outro,
Unem-se num ósculo libidinoso,
Fundem as almas numa explosão voluptuosa.
Tensão! Entusiasmo! Vivacidade! Excitação!
O clímax!

No quotidiano nunca o permitiriam...

Voltam de novo à vida débil e alienada
O episódio repete-se…
Voam,
Cansam-se,
Repousam,
Acham-se sozinhos

Nesta vida, o orgulho?! o medo?! não lhes permite aproximações.

Silêncio…

Escuridão…

Asfixia…

Insipidez…

Insensibilidade…

E por fim… a morte!

domingo, junho 22, 2008

Alheamento insconsciente...

Outros há que não têm nada.
São vazios de alma.
Vagueiam pela vida.
São viajantes do tempo, perdidos num lugar qualquer...

sábado, abril 26, 2008

OUSADIA?!?!

“Trago toda a minha vida dentro da mala. Vai comigo para todo o lado… De cada vez que sinto um sopro do vento aperto-a com força para jamais perder qualquer parte do seu conteúdo.
Mas hoje sinto dor, uma dor enorme, aqui dentro… e também cá fora. Uma dor que não sei quando nasceu nem onde se deu a sua génese. Torna-se quase insuportável. Pego no meu coração e abandono-o sobre a mesa.
Depois, o vento vai embora e leva-me com ele… a mim e à minha mala que não largo nunca…”


“Onde estou?!?!
Não sei…
Também não importa. Já não sinto dor!
Mas… acho que já não sei o que é sentir. Não sinto nada... Vagueio por aí como um pedaço de papel em branco, sem conteúdo. Uma folha espalmada que esvoaça sem vontade própria, apenas toma o rumo que o vento lhe destina.”

“Tu chegas (nem me apercebo de onde vens) e desenhas-me um sorriso na cara, com um lápis de cor vermelha.
Tanta ousadia da tua parte!
Eu pego na borracha e apago-o.
Tu voltas a desenhá-lo.
Eu apago-o novamente, pego no teu lápis e quebro-o sem muito esforço e sem piedade… Este espaço é meu!”

Rapaz Ousado: - Rapariga Sem Sorriso o que transportas dentro da mala?
Rapariga Sem Sorriso: (…………………………) (Olha para ele e tenta descortinar a sua verdadeira intenção…)
RO: - Posso tentar adivinhar… Vem vazia! (Arriscando a que ela morda o isco) .
RSS: (Irada com tamanha ousadia, já não bastava o sucedido anteriormente… ainda mais esta!) – Não, não esta vazia. Está bem cheia até, mas o seu conteúdo não te diz respeito. Não fazes parte dele. (Mantendo um ar impenetrável)
RO: - Como sabes?! Não me conheces…
RSS: - Aí tem a sua resposta Sr. Arrojado (…irónica) Passe bem e tenha uma boa vida! (… intangível)
RO: (Dá uma gargalhada bem alta que ressoa toda a confiança que sente. Incapaz de disfarçar…) - Pois, eu não te conheço… (Cof cof)

A RSS, aperreada, vira costas para partir mas… não sabe para onde ir. Começa a caminhar em frente, há-de chegar a algum lado. Mas pára logo em seguida, repara que não tem vontade de ir a lado nenhum, aliás não sabe bem o que quer =/
RO: (Dá-lhe tempo para cair em si e para que se aperceba que anda perdida. Espera que a rapariga coloque o orgulho de lado, porque apesar de tudo ele conhece-a bem demais e sabe que mais cedo ou mais tarde ela ficará hesitante. A única coisa que é preciso é saber jogar o jogo dela… e ter paciência para a “saber levar”.) - O que vais procurar? Pirilampos? (Inquire com ar desinteressado)
RSS: - Não te diz respeito… E se for?
RO: - Achava uma boa ideia, talvez eles te conseguissem iluminar o caminho de volta para ires buscar o teu coração. Sem sorriso nem coração não vais longe…
RSS: (Atónita, mas não querendo admitir que o RO tem razão… Pensa, pensa, pensa, mas não consegue obter nenhuma resposta. Não pode admitir que um desconhecido a deixe ficar sem palavras! Muito menos este… que acha que conhece tanto acerca das suas intimidades) – Tenho coração, sim! Porquê? Precisas de algum?
RO: - Não, não tens! Tiveste medo da dor que sentias e deitaste-o fora… deixaste-o para trás e fugiste. Mas agora não és capaz de sentir… de reconhecer a tua determinação sequer. Os teus propósitos abandonaste-os do outro lado do mundo.
RSS: (Começa a ficar assustada com o rumo da conversa. Isto esta mesmo a acontecer ?!?!) - Como sabes essas coisas? Não digas heresias… Ficam-te mal! (Tentando fugir ao ponto fulcral do assunto)
RO: - RSS não sejas TU tão orgulhosa e admite… ninguém nos ouve. Podes desabafar comigo. Estou aqui. Os meus ombros suportam bastante peso…
RSS: - Nunca!
RO: (Pondera bem as palavras antes de lançar o isco… tenta asfixiá-la com as suas ideias): - Preferes ficar o resto da vida despojada de coração? Na solidão? (Esta foi forte! Clap! Clap!) Com o passar do tempo perdeste o sorriso, ficaste privada de alma e o teu consciência já lá vai, há muito.

“Tudo acontece. Tudo acontece por alguma razão… por isso não deites tudo a perder quando algo não corre bem. Um dia tudo voltará ao teu controlo nem que seja só quando as estações mudarem…”

RSS: (Pensativa… as lágrimas começam a rolar pela face abaixo mas cristalizam, logo em seguida)
- O meu fim aproxima-se (Pensa ela…) Se eu te pedisse um último favor concedias-mo RO? (Pergunta a medo... mas mantendo o ar inabalável)
RO: - Sim. Tudo o que quiseres. (...Sem ressentimentos. "Está a funcionar" pensa ele =))
RSS: - Gostava de ter uma caixa cheia de lápis de cor para colorir o tempo que me resta… E… (Silêncio... Respira fundo e fala bem baixo e o mais rápido que é capaz para não ter de ouvir a sua própria voz. Esta não é ela a falar...) peço desculpa se fui rude contigo. Sei que fui… Mas fiquei assim! É do meu feitio. Ganhei-o ao longo dos tombos que dei na vida…
RO: (Sorrindo, já estava certo deste tipo de atitude, "Missão cumprida" pensa) - Isso não é desculpa, mas não foi a mim que causaste danos, foi a ti apenas… e só a ti! Principalmente… Portanto não peças desculpa e trata antes de mudar.
- Toma aqui tens os lápis! Sem preto, nem azul escuro e muito menos castanho… ;) (E sem mais nenhuma palavra o rapaz ousado saltou para dentro da mala da rapariga.)

Ela não se apercebeu, absorvida que estava com as cores que tinha nas mãos. Só reparou que ele já tinha partido. Ficou triste por não poder partilhar com ele a alegria que começava a inundar-lhe o peito. Gostava de ser ela agora a desenhar-lhe um sorriso! Mas como ele não estava, desenhou um na sua própria face com o lápis do vermelho mais vivo que encontrou e de seguida um coração bem grande no peito, preenchendo o seu interior com um pouco de cada cor.
Sentia-se muito bem!
Mas onde tinha estado aquele tempo todo?!?! Teria estado a sonhar?
Hmm??

Um lapso de tempo…

Confusão…

Um Rapaz Ousado…

Uma lágrima…

Um sorriso…

Um bem estar…

Concluiu que tinha estado a sonhar.
Nesse sonho teve a visita de um dos seus melhores amigos que na altura não reconheceu… Porque? Que estupidez a dela… era um dos seus melhores amigos! =/ Mas ele perdoava-a. Sabia que sim!

A RSS passou o resto do dia a desenhar sorrisos a todas as pessoas que passavam e a apagar lágrimas das faces das criaturas com as quais se cruzava.
Quando se sentiu satisfeita a Rapariga Com Sorriso e Coração desenhou uma bola de sabão. Saltou lá para dentro e foi em busca de novas estações… Sempre com a mala ao ombro.

(Psttt… Psttt… Tu! Sim, tu! Aproxima a tua cara do monitor. Deixa-me ver os teus dentinhuuuus! =D =D =D =D =D)

domingo, março 09, 2008

Empregadas de caixa...

Cenário: Pingo Doce
Local: Caixa 1
Hora: Propícia a ajuntamentos

Imaginem que agora no Pingo Doce se vendem medicamentos, para a tosse, pele, constipação, caganeira...
No outro dia fiquei muito mais descansada quando me apercebi que uma mera empregada de caixa (habituada a ouvir todo o santo dia aquele som irritante "bip" e a lidar com falhas nos códigos de barra), fora agora promovida a Técnica Farmaceutica! Assisti a esta conversa:

- Quero uma caixa de Bissolvon, sff. - pede a cliente por entre uma tosse de cão.
- Não há, só temos Mucoral,quer?
- Hmmm - grunhiu a cliente, acto que a obrigou a tossir mais um pouco. (Desta vez afastei-me para trás). - E esse é bom? -pergunta a cliente com ar de caso.
(Pah,eu até te respondia que tem um travo a morango e talvez a champanhe porque pica na língua.Duh!Ninguém anda por aí a provar xaropes,ok?Adiante...)
- Sim,é bom. Mas não quer Ilvico? - tenta confundir a cliente.
- Ilvico?Que é isso?É bom? - torna a perguntar a cliente tentanto abafar outra explosão de tosse.
- É muito bom! - responde prontamente a funcionária com o seu ar entendido e a sua pronúncia labrega. Retira uma caixa do expositor.
- Humm - hesita a cliente.
(Já se formara uma fila do catano enquanto estas decidem o que vender e comprar...)
- Está constipada?Eu curei-me assim!Tomei durante 3 dias e fiquei boa.
(Serei eu a embirrar ou a cliente pediu xarope para a tosse?Se calhar só tem mesmo tosse...e Deus queira que não esteja tuberculosa... começo a perder a paciência...)
- É só tosse, dê-me só o xarope sff.
- Mas não quer mesmo o Ilvico?
(Foda-se!Tem comissão,só pode... porra!e parece que tá na feira a vender couves,isto não é atitude de quem vende medicamentos)
- Não,não, deixe estar!

Esta conversa deprimente para vos exemplificar que estamos, de facto, rodeadas de pessoas sem competência nos diversos sectores. Um dia destes vou lá e digo que tenho um problema de hemorroidal. Querem apostar que me impinge Ilvico?Depois conto-vos o resultado... baaaaah!!

Cuidem-se!!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Mesmo quando o cão ladra...

(re) Começando…

Avizinha-se um cão (sempre um cão!..) exibindo um semblante aparentemente compenetrado, pensativo,... Chega até a parecer inquieto, em seus próprios pensamentos, mergulhado no seu umbigo...

O cão aproxima-se e pára a nosso lado. Olhamos para ele como "quem não quer a coisa" (que expressão!), de soslaio, nítida mas discretamente a tirar as medidas ao infeliz que resolveu parar para suspirar... E pensamos "Porquê justamente AQUI?? Mesmo a meu lado... Pfffffffff... " (isto para não dizer "Foda-seeeeee..."). Sim, com tanto sítio, escolhe exactamente o ponto onde estou eu, a pessoa com o ar menos receptivo num raio de 3422003322 km's... Bem...

Ficamos calados. Eu continuo imóvel e, claro, em silêncio. Os meus adorados Ticos permanecem a fazer das suas e, como sempre, nunca os deixo ir de férias como tão alto apregoo...

Tempo passa…

Chego mesmo a esquecer-me que estás aí...

Olhas para mim... Eu finjo que não percebo. Cantarolo para mim de olhos em frente e tu chegas-te dois passos para mais perto. Eu dois para mais longe... Ainda agora chegou o animal e já a fazer diminuir a distância...

Suspira. Olha na minha direcção novamente. Dois passos... Três... "Ai o C******...", penso eu. Muito indiferente ao bicho, aparentando até alguma superioridade, confronto-o: "Desculpe, Sr Cão, precisa de alguma coisa?". A criatura demora-se a olhar-me, demora-se... demora-se. Começo a sentir umas lagartixas no estômago e meus olhos não sabem que destino procurar... A minha paciência começa a sentir que está a ser testada... Tolo, o canídeo. Com tão pouco...??

Viro-me mais uma vez para outras criaturinhas, desta vez meus adorados e tão estimados Tecos, familiares próximos de Ticos, como é sabido. É óbvio (!!) que o cão não me chateia, não me incomoda, muito menos me faz comichão na p*******. Não me nada.

O tempo passa...

Passa...

Esqueço-me que não estou sozinha... Até porque para mim estou. Sinto-me bem... Inspiro tão fundo que nem sei onde chego...

A audácia então manifesta-se: um pequeno latido...

"Porque és assim?", profere calma e tranquilamente. Uma pequena impaciência assalta-me, o contacto tem esse efeito em mim... Não viro a cara e mantenho os olhos fechados. A minha arrogância não me abandona: "Porque não quis nascer cão!". O indivíduo “caniforme” ri-se, tanto, mas tanto que parece rir-se de si, de mim, de tudo que já ouvira, que já lhe acontecera... A reacção provoca-me algum espanto e os meus olhos decidem por si voltar a algo mais terreno. “De que te ris???”, digo eu sentindo-me indignada mas insistindo em soar indiferente. “De ti, claro!”… Respiro fundo e resolvo em não querer saber o porquê daquela resposta, óbvia sim, mas não deixando de ser estúpida. O animal remata “A tua solidão transformou-te nisso??”

Os meus Ticos são então finalmente espicaçados. Comunicam com seus irmãos… Uma autêntica rebelião forma-se numa fracção de segundo e, quase sem pensar, ataco: “Está a falar comigo??” Viro a face…”Não deves estar a falar comigo… Cães não pensam, não questionam, muito menos falam!”… Penso ter enxotado o intruso no meu espaço, mas, para variar, engano-me… “Ainda não respondeste à minha pergunta… Foi a solidão que te fez assim? Deixa-me ajudar-te…” Uma gargalhada ecoa e percebo que acabara de sair da minha boca. Olho-o nos olhos, doces, invasivos, meigos e encobertos ao mesmo tempo… Há qualquer coisa neles que me distrai do verdadeiro objectivo das minhas palavras, entretanto ardilosamente já formuladas na minha cabeça. “Esqueci-me que o Sr. Cão já me conhece como a si próprio, peço desculpa pela minha indolência..” O animal sorri. Um sorriso meigo. “Aviso-te que não me afastas com o teu misto de agressividade camuflada de ironia e de arrogância subtil… Vejo além disso. És triste. E usas essas armas para afastares os mais desatentos. Não caio nessa. Não vou a lado nenhum.”
A minha paciência para a psicologia invertida é muito limitada, confesso… “FREUDicão, não é preciso afastares-te porque a minha de tão fácil leitura pessoa vai abandonar o recinto. Passe bem.”… Afasto-me passo e meio e o cão ladra. Estranho o recurso a este tipo de comunicação e paro. Ainda de costas, oiço: “Não percebes que haverá sempre um “cão” a pedir-te para abrires os olhos? O céu não é só o que tu vês… Se soubesses de que cores ele é feito..” Inspiro longa e demoradamente. Cansei-me de ouvir certas coisas… Prossigo o meu caminho…

O cão ladra.

Ladra…

Ladra…

Conseguiste ficar para trás…

“Ocultei a minha cobardia e a minha indolência sob o nobre disfarce da liberdade.”

Sucesso.